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Qual impacto do processo de transição de gênero na fertilidade?

O processo de transição de gênero, especialmente em pessoas que passam por tratamentos hormonais e cirurgias de redesignação sexual, pode impactar significativamente a fertilidade. Para indivíduos transgêneros masculinos (homens trans), a terapia com testosterona, que é utilizada para promover características masculinas, pode reduzir a função ovariana ao longo do tempo. O tratamento hormonal pode levar à supressão da ovulação e diminuição da reserva ovariana. Adicionalmente, as cirurgias de redesignação sexual, como a histerectomia e ooforectomia bilateral, resultam na remoção dos órgãos reprodutivos, eliminando a capacidade de produzir óvulos naturalmente.

Em que fase da transição é indicado o congelamento do tecido ovariano?

O congelamento do tecido ovariano é mais eficaz quando realizado antes do início dos tratamentos hormonais ou das cirurgias de redesignação sexual. Idealmente, o tecido deve ser coletado antes da terapia com testosterona, uma vez que o prolongado uso de hormônios masculinizantes pode afetar a qualidade e a quantidade dos folículos ovarianos. É crucial que a preservação da fertilidade seja discutida com os pacientes transgêneros no início do processo de transição, para garantir que todas as opções sejam consideradas antes de iniciar tratamentos irreversíveis.

Como funciona o congelamento do tecido ovariano para transgéneros?

O procedimento de congelamento do tecido ovariano para pacientes transgêneros segue etapas específicas para garantir a preservação da fertilidade. Inicialmente, uma pequena porção do ovário é removida cirurgicamente, geralmente através de uma laparoscopia, um procedimento minimamente invasivo. Este tecido ovariano é então cortado em tiras finas e congelado em nitrogênio líquido a temperaturas extremamente baixas. O tecido pode ser armazenado por vários anos, mantendo sua viabilidade para uso futuro.

Quando o paciente decide utilizar o tecido preservado, ele pode ser descongelado e reimplantado no corpo, geralmente na região pélvica. Alternativamente, os folículos contidos no tecido podem ser maturados in vitro, permitindo a fertilização e desenvolvimento de embriões fora do corpo. Este procedimento oferece flexibilidade para pacientes transgêneros, permitindo-lhes preservar a possibilidade de ter filhos biológicos no futuro.

Benefícios do Congelamento do Tecido Ovariano para Pacientes Transgêneros

  • Preservação da Fertilidade: Permite que pacientes transgêneros mantenham a possibilidade de ter filhos biológicos no futuro.
  • Flexibilidade no Tempo de Coleta: O procedimento pode ser realizado antes do início do tratamento hormonal, independentemente do ciclo menstrual.
  • Minimamente Invasivo: Realizado geralmente por laparoscopia, reduzindo o tempo de recuperação e o risco de complicações.
  • Uso Futuro: O tecido congelado pode ser utilizado para reimplantação em um momento futuro, restaurando a função ovariana e possibilitando a fertilidade natural. Pesquisas científicas em andamento estão explorando a maturação in vitro dos óvulos contidos no tecido ovariano, o que poderia permitir o uso dos óvulos sem a necessidade de reimplante. No entanto, essas técnicas ainda não estão disponíveis para uso clínico, mas representam uma promessa significativa para o futuro da reprodução assistida.