Quais condições benignas podem afetar a fertilidade?
Diversas condições benignas podem comprometer a fertilidade feminina, incluindo:
- Endometriose: condição em que o tecido endometrial, que normalmente reveste o interior do útero, cresce fora dele, possivelmente causando dor pélvica, cicatrizes e infertilidade. A endometriose pode afetar a reserva ovariana e a qualidade dos óvulos, tornando a preservação da fertilidade uma consideração importante para muitas pacientes;
- Tumores ovarianos benignos: tumores não cancerosos nos ovários, como cistos e teratomas, às vezes necessitam de cirurgia para serem removidos, o que pode reduzir a reserva ovariana e impactar a fertilidade;
- Torção ovariana: condição em que o ovário se torce ao redor dos ligamentos que o mantêm no lugar, interrompendo o fluxo sanguíneo. Se não for tratada rapidamente, a torção ovariana pode causar danos aos ovários e levar à infertilidade.
Como funciona o congelamento de tecido ovariano nesses casos?
O processo de congelamento de tecido ovariano em pacientes com condições benignas segue várias etapas, garantindo a preservação da fertilidade:
- Avaliação da reserva ovariana: inicialmente, são realizados testes para avaliar a reserva ovariana, incluindo a análise dos níveis do hormônio antimülleriano (AMH) e do hormônio folículo-estimulante (FSH) e a contagem de folículos antrais por ultrassonografia. Esse passo é crucial para determinar a quantidade e a qualidade do tecido ovariano disponível para criopreservação;
- Coleta de tecido ovariano: se os testes indicarem que há uma reserva ovariana adequada, é realizada uma laparoscopia para coletar fragmentos de tecido ovariano. Esse procedimento minimamente invasivo pode ser feito em qualquer fase do ciclo menstrual e geralmente tem um tempo de recuperação rápido;
- Criopreservação: o tecido coletado é cortado em tiras finas e é submetido ao processo de criopreservação, através do qual é congelado em nitrogênio líquido a temperaturas extremamente baixas para preservar a viabilidade dos folículos. Essa técnica tem se mostrado eficaz para a preservação de óvulos contidos no tecido ovariano;
- Armazenamento: o tecido congelado é armazenado em bancos de tecido até que a paciente decida utilizá-lo. A segurança e a integridade do material são mantidas por meio de monitoramento contínuo das condições de armazenamento;
- Reimplante: no futuro, o tecido pode ser descongelado e reimplantado no corpo da paciente para restaurar a função ovariana e a fertilidade.